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Três Lagoas, 19 de abril

Medo de dentista nunca mais!

Qual mãe nunca se desesperou com esta situação?

Por Redação
13/09/2017 • 09h52
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Boca com manchas vermelhas, cheia de pequenas úlceras esbranquiçadas, lesões semelhantes a aftas comuns na mucosa da bochecha, gengivas, língua, garganta, céu da boca e parte interna dos lábios que passam a sangrar com muita facilidade. Para piorar, o quadro é acompanhado por febre alta, dores de garganta, nas articulações da face e nos gânglios do pescoço. A criança mal consegue engolir a saliva, quanto mais se alimentar. Logicamente a irritação, estresse, cansaço e choro constante participam deste processo doloroso e prolongado, que muitas vezes dura até duas semanas, desgastando não somente a criança, mas também angustiando muito os pais.

A Doutora em Patologia bucal Maria Fernanda Martins-Ortiz Posso, afirma que é comum ouvir dos pais: “Nos disseram que era necessário simplesmente aguardar o ciclo da doença, como se fosse uma gripe”.

A especialista alerta que com este tipo de abordagem, muitas crianças, sem quase conseguir comer ou beber, desenvolvem outras doenças que se oportunizam da má alimentação e do enfraquecimento das defesas do organismo, muitas até chegam a ser internadas por desidratação ou outros problemas decorrentes desta doença debilitante. Entretanto, novas drogas e terapêuticas já estão disponíveis para evitar este sofrimento tão intenso e impedir complicações ainda mais graves para a saúde das crianças.

Doutora, o que é a Estomatite?

A doença descrita é chamada gengivoestomatite herpética aguda.  Trata-se da primeira manifestação do herpes simples provocada pelo herpes vírus humano (HVS 1 e 2) e apresenta um protocolo de tratamento bem específico e muito eficaz. O tratamento adequado abrevia o ciclo do vírus ou o tempo de duração da doença, reduz a quantidade de vírus no corpo, evita novos episódios da doença e ameniza significativamente estes sintomas tão intensos de febre, dores e úlceras.

Qual a orientação?

Nesta situação deve-se procurar imediatamente o cirurgião-dentista, o médico da boca. Os estomatologistas, odontopediatras e patologistas bucais, dentistas especialistas em afecções bucais, estão preparados para que se aplique o protocolo adequado e atualizado contra a gengivoestomatite herpética o mais brevemente possível. Quanto mais precocemente se efetua o tratamento adequado, mais rapidamente a doença é curada, com muito menos sofrimento ou risco de que outras doenças que se oportunizem do quadro, comprometendo mais gravemente a saúde do paciente.  

Quais os sintomas?

A condição ou estomatite em questão é a mesma doença do herpes comumente identificado nos lábios, quando se formam aquelas pequenas bolhas múltipla.  A gengivoestomatite herpética é o nome que se dá quando a doença provocada por este vírus se manifesta pela primeira vez, desta forma muito exuberante e comumente afetam crianças de 0-5 anos, mas também podem se apresentar em crianças mais velhas, adolescentes e até adultos sem exposição prévia ao vírus do herpes.

É contagioso?

O vírus do herpes é tão comum e contagioso na espécie humana, que até os cinco anos de idade quase todas as crianças já tomaram contato com ele. Por isso esta estomatite ou gengivoestomatite herpética é tão frequente, podendo ser resultado da contaminação de mãos, beijo, talheres, copos ou outros objetos. O período de incubação é de aproximadamente uma semana após o contágio.

Algumas crianças apresentam esta manifestação primária, outras não, dependendo do estado de competência das defesas do organismo. Normalmente, as vesículas do herpes aparecem nos lábios de adultos após um quadro de gripe, exposição solar, estresse, ou no período pré-menstrual. O mesmo pode ocorrer nas crianças de 0 a 5 anos, ou mesmo mais tarde, o vírus se aproveita de uma situação de baixa nas defesas do corpo e se manifesta pela primeira vez, de maneira muito exuberante,  intensa e  diferente do tão conhecido “herpes de lábio”. Uma vez infectada, a pessoa nunca mais se livra desse vírus, que penetra pelas terminações nervosas e instala-se no núcleo das células dos gânglios, onde permanece em estado de latência. Infelizmente, sob certas condições de imunodepressão, ele provocar novos episódios da doença.

Como especialista, qual a principal orientação?

Ao menor sinal da doença procure logo um cirurgião-dentista, odontopediatra, patologista ou especialista, pois, quando introduzido nas primeiras 72 horas da doença, o tratamento adequado da gengivoestomatite herpética atenua a gravidade das lesões, abrevia o tempo de duração da doença, evita recorrências e reduz o risco de outros problemas ou complicações.

 

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