POLÍCIA

Na última quinta-feira, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS), Giancarlo Miranda, e o diretor parlamentar da Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sul (Feipol), Alexandre Barbosa, em Miranda, município a 209km de Campo Grande, conferindo a situação. A delegacia de Miranda está em reforma e os policiais estão locados em uma sala, que sofreu com ações de vandalismo recentemente – há salas com resquícios do incêndio, janelas e portas danificadas – e foi considerada inadequado para o trabalho policial.

Desde agosto de 2016, quando onze presos depredaram e fugiram da delegacia de Miranda, os policiais civis da unidade estão sofrendo com uma série de descasos com a infraestrutura do local. O Sinpol-MS cobrou da administração estadual a reforma e a transferência da custódia de presos, porém, somente em junho deste ano foi iniciada a reforma da unidade, que está paralisada sem informações do motivo e previsão de término. 

O presidente do Sinpol-MS concorda e entende a mudança dos policiais para que as obras na delegacia sejam concluidas, porém, questiona a mudança da equipe para um local insalubre, com espaço reduzido e principalmente sem segurança, que sofreu um incêncido criminoso assim que os policiais assumiram. "Sabemos que a delegacia tem que ser reformada, então os policiais tem que sair de lá, mas vamos coloca-los num local adequado, que seja pelo menos aprazível para o policial trabalha e para atender a população."

Além dos policiais, a atual sala em Miranda é ocupada por uma escrivã, um delegado e de três a quatro investigadores, não comportando o trabalho policial, como explica Giancarlo, "Isso deveria ter sido verificado antes que ocorrece a mudança, mas infelizmente, como tudo acontece nesse Estado, foi feito de forma imporvisada." A reivindicação do Sinpol é que os policiais sejam deslocados para outro local, que tenha seja adequado as atividades que os profissionais exercem e seguro. Caso o pedido não seja cumprido pelas autoridades competentes, Giancarlo Miranda afirmou que os policias irão paralisar as atividades.

Devido as condições precárias, atividades simples com coletar as informações de uma testemunha são prejudicadas e até impossibilitadas, pois não há divisões de salas para garantir o sigilo dos relatos. Além disso, não há espaço para alocar presos, guardar provas e objetos apreendidos, prejudicando diretamente o atendimento a população da região. 

A delegacia de Bodoquena também sofre com o descaso do Governo, e está funcionando em uma sala de vacina anexa ao Posto de Saúde municipal. O local, também improvisado e inadequado, é utilizado enquanto a unidade policial passa por uma reforma, que deve demorar no mínimo mais 60 dias. “É um total descaso com o cidadão e com os policiais civis que precisam de estrutura e segurança para trabalhar”, declarou Giancarlo Miranda. O Sinpol-MS afirmou que relatará as situações para autoridades competentes, cobrando medidas urgentes.

 

*A CBN Campo Grande entrou em contato com a Secretária de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.