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Três Lagoas, 28 de março

Ministro do STJ nega prisão preventiva de Reinaldo Azambuja

Felix Fischer demonstra temor pelo impacto que a prisão poderia causar no Estado

Por Valdecir Cremon
12/09/2018 • 18h20
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"Por ora, mesmo em face de vasto material probatório em desfavor do governador Reinaldo Azambuja, deixo de representar pela sua prisão temporária em vitude dos prejuízos sociais e econômicos que a prisão do Governador do Estado poderia causar à sociedade sul-mato-grossense", diz trecho de decisão assinada dia 3 de setembro pelo ministro Felix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), em decisão que contraria pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para a prisão do governador.

Na mesma sentença, Fisher proíbe que o governador tenha contato com os investigados, testemunhas, colaboradores pelo prazo de 30 dias. Azambuja é candidato à reeleição pelo PSDB e tem R$ 38,8 milhões declarados em bens à Justiça Eleitoral. Em 2014 eram R$ 37,5 milhões. Em 2006, para a primeira candidatura dele como deputado estadual, a lista era de R$ 20,2 milhões.

A Operação Vostok (nome de uma estação científica na Antártida) foi escolhido por se tratar do uso de "documentos frios" pelo grupo integrado pelo governador.

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Azambuja é, segundo a PF, um dos favorecidos pelo desvio de mais de R$ 209 milhões de cofres públicos desde o governo de André Puccinelli (MDB), entre 2007 e 2014, por meio da concessão de benefícios fiscais a empresa em troca de propinas.

Puccinelli, preso desde 20 de julho no Centro de Triagem da Polícia Civil de Campo Grande, teria "inaugurado" o esquema de troca, mantido posteriormente por Azambuja. O atual governador e um grupo de políticos e empresários teria lucrado R$ 67 milhões em propinas recebidas principalmente de frigoríficos ligados ao Grupo J&F. 

Foi a partir de uma delação premiada de executivos do grupo que Azambuja teve o nome citado como beneficiário de doações ilegais para a campanha eleitoral de 2014. Em diversas oportunidades, Azambuja negou a acusação.

PRESOS

O filho de Azambuja, Rodrigo de Souza e Silva, é um dos presos temporariamente. No esquema, segundo a PF, ele seria conhecido por "Príncipe". A reportagem não conseguiu acesso a advogado dele. Outros 13 suspeitos de participação no esquema têm mandado de prisão expedido. Destes, nove foram presos pela PF nesta quarta. 

*Reportagem atualizada em 13 de setembro, às 05h13 (MS), para correção de informação.

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